quarta-feira, maio 27

Cada um com seu investimento!

Como a vida desse ap sempre foi simples, já era de se esperar que os recursos poupados não fossem dignos de nota, mas a instituição que guarda e zela por tais recursos merece meu comentário: Um simpático cofrinho "muderninho" comprado por R$ 3,00 e que já viveu momentos melhores... conta a lenda que esse cofrinho já ficou de moedas até os olhinhos (e só moedas de 1 real, pois menos que isso é esculhambação). Mas veio a crise... e o bichinho nunca foi tão visitado. Bem, estamos lançando uma campanha (interna) para dar nova vida ao nosso poderoso meio de investimento. Quem coloca 1 real no cofrinho pink, não lava a louça do jantar. Ou abre a mão, ou paga esponja!


Além da barriga vazia, ainda divide o minúsculo espaço com mais mil tranqueiras!

Torradeira-lousa

Então, moravam no nicho do falecido (e nunca revivido) microondas: O liquidificador (Que descanse em paz, também faleceu de tanto bater sementes de girassol), a torradeira, uma simpática vaquinha e potes descombinados de biscoitos. Mas, no recanto tranquilo da cozinha, todos eram muito pálidos, tudo muito clean.
Um dia, na hora do café da manhã, a surpresa! A torradeira estava de visual novo, toda prosa e serelepe, se exibindo, catando um pão pra chamar de seu!



terça-feira, maio 26

Twitter, o acelerador de partículas!

Ai, eu preciso desabafar, abrir o coração. Desde que me rendí a esse twitter que ando nervosa, com um certo tique, uma vaga desconfiança... É como se eu estivesse trabalhando num local reservado e de repente, abrisse a porta para ir até a caixa de correio verificar se chegou a conta do telefone... e, no que a porta fosse aberta, estivessem alí centenas de pessoas jogando em cima de você todo tipo de contas, cartas, declarações, notícias, desabafos, delírios... A montanha do eco, eco, eco, eco, eco (cada um de um jeito, tudo misturado)... Preciso confessar que não me adaptei, não sei o que dizer pra ele, e ele sempre quer saber : what are you doing? Não quero dizer! Não quero que você saiba, não quero ter novidade pra contar de meia em meia hora! Não tenho tanto conteúdo... divulgável.
Brincadeiras (na roda) a parte, não duvido nem faço pouco dessa ferramenta poderosa, desse novo, vamos dizer, conceito de difusão de informações, mas o que posso fazer? Me dá uma náusea...
Bem, esse é o drama. Não sei se desisto, se insisto, se tento enganar o passarinho, se sigo perseguindo as notícias alheias, se deixo a ver navios os desconhecidos gentilmente follow me, mas aviso: se eu sonhar com algum deles, vai ter! Que se ponham a acelerar partículas de outra gaiola!

Espaço inútil? Jamais!!!

Essa estante é uma sobrevivente, está no ap há muitos anos, já foi de todas as cores, mas entra ano e sai ano, e ela sobrevive num canto muito aparentemente inútil, entre a porta de entrada e a oração de São Francisco de Assis, talhada na madeira, sempre da mesma cor.
Pra ter noção, já repousaram nas prateleiras: dicionários, atlas. enciclopédias (sim, volumes e mais volumes) e por aí vai. Já teve aquário, telefone, régua T, rádio portátil, fitas K7, álbuns de fotografias...
Tudo bem que a maioria das coisas já passaram desta para melhor, mas a estante continua lotada, em toda a volúpia de suas medidas: A= 2,00m, L= 0,80m e P=0,16 m (profunda como uma lixa de unhas).

segunda-feira, maio 25

Da janela lateral...do quarto de dormir...

Cada um com a sua vista. A minha é um trio de enormes amendoeiras que garantem um clima gostoso até quando lá fora o asfalto derrete. Tem pássaro cantando o dia inteiro, fazendo a gente duvidar se está mesmo numa mega barulhenta e fumacenta metrópole. Não dá pra aumentar um pouquinho a metragem do ap, mas, digamos, conta como benfeitoria natural. E não ter necessidade de usar ar condicionado é um luxo!


Morar numa caixinha!

http://www.apaulamiranda.com/criaturas/


Essa caixinha é criação de uma amiga, a Paula. Ela é a habilidade em pessoa e só sai coisa boa quando ela começa a trabalhar.
Mas, mais do que ser uma caixinha incrível, é o espírito da coisa que me conquista: a moradora da caixinha é feliz!

domingo, maio 24

Acidente com tintas!

Tivemos dois momentos intensos no dia em que um pote de tinta vermelha se rebelou e rebolou: A poltrona que era de tecido cru, ficou irremediavelmente e explicitamente ferida - primeiro momento: a poltrona condenada!
E, uma hora após a tragédia, a nossa mesma querida e velha poltrona vira uma tela de pintura- segundo momento: definitivamente, agora eu tenho uma peça exclusiva.
A solução agradou, a carteira agradeceu, e quem pilotava o pote de tinta se salvou.




Pequenos como o espaço que os abriga.

Este é o Frederico este também.

Um em biscuit, outro em pelos e mais pelos, mas o aspirador (também pequeno) resolve.

Pendura ou guarda?

Caixinhas são encantadoras... Gatos amam caixas, mulheres, nem se fala. Eu também gosto de caixas, algumas moram comigo, mas para alguns ítens, prefiro que fiquem aparentes e pendurados, sempre à mão. Meu raciocínio: Quando arrumo bijus nas caixinhas, fico com pena de mexer e desarrumar. Já penduradas... facilita.
Porta tudo baratinho para as bijus e companhia e, na cobertura, um porta qualquer coisa abrigando as escovas e pentes. E vivem em harmonia, junto ao espelho do banheiro.





Cisco Voador

Palavras de Machado de Assis sobre o Grito do Ipiranga: " Minha opinião é que a lenda é melhor do que a história autêntica".
Eu também preferiria ter ficado com o que imaginava ser o disco voador que sobrevoou ontem a praia de Copacabana, ao invés de vê-lo.
É assustador como a nossa expectativa compõe todo o cenário, como a necessidade de esperar sempre mais de tudo nos frustra...
Corria em Copacabana um twitter instantâneo, levado adiante pelos passantes, repetido, aumentado, engraçado, debochado. E essa foi a melhor parte:
- Não é de verdade, é desenho.
- O helicóptero vai pousar na areia.
- É controlado por controle remoto.
- Tem gente dentro?
- Olhááááá.. uhuh... que lindo! Qual dos quatro é o disco, mãe? Fica quieta menina, não me desconcentra!
O criador de esculturas de areia cobriu a sua com uma canga, indignado com as pessoas que ajustavam o zoom de suas câmeras fotografando a Yemanjá de areia, sem dar uma moedinha de contribuição.
O pipoqueiro e a vendedora de tapioca estavam em êxtase! A malandragem também...
Todo mundo armado de câmeras e celulares, mas se a gente tivesse pensado um pouco mais, trocaria todo o arsenal por um binóculo.
E lá vem o disco... atrasado, tímido, nada surpreendente.. todo mundo esperando a novidade cair do céu. Ou pelo menos chegar mais perto.
Mas não tem jeito, perto mesmo é a realidade... ou um cisco no olho.





Um registro fotográfico do meu celular meia-bomba. Tem uma careca chamando mais atenção.

sexta-feira, maio 15

Caiu a 16.000a. ficha!







Quando eu era pequena, lembro de todos os dias a minha mãe ouvindo a rádio relógio enquanto cozinhava, e o locutor repetia sempre uma frase que me tirava da brincadeira, me deixava um pouco mal humorada: Cada dia que passa é um milagre que não se repete! (com aquela voz austera, sem uma poeirinha de humor). Gente, essa frase mexia comigo de um jeito! Ficava torcendo para acabar a pilha do radinho companheiro da minha mãe. Dia que chovia era um milagre também, mas não dava pra sair pra brincar. Então, milagre bem mixuruca. Dia de prova, cadê o milagre? Dia bom que passava rápido pra caramba! Milagre rapidão... E foi assim, alguns milagres eram bem questionáveis para os meus critérios, mas o homem prosseguia com a ladainha. (eu ficava imaginando como seria esse proclamador de milagres: terno cinza, bigodinho, cabelo repartido e apostava com quem quisesse, que ele tinha um dente de ouro).
Bem, passados os anos, escangalhado o radinho, transformada toda a vida, eis que me lembro hoje da voz quase hostil do homem de terno cinza em sua frase preferida: Cada dia que passa é um milagre que não se repete! E passados quase 44 anos, chego a uma conta de 16.000 milagres! Fiquei bege agora! 16.000 senhas para vivenciar esse milagre do dia, das horas, das oportunidades! Agora eu entendo e me solidarizo com o homem do dente de ouro!
Acordar é um milagre, chorar é um milagre, andar, mentalizar, conversar, coçar, contemplar, orar, sofrer, pensar, amar!!! 16.000 repetições. E quantas disperdiçadas? Melhor nem contar, nem lembrar: melhor festejar!
Foram vividos 16.000 milagres para eu entender que o homem de bigodinho e cabelo repartido
estava dando a melhor dica que uma pessoa pode apreender na jornada da vida: Um dia não faremos mais parte (materialmente) desses milagres, mas enquanto nos é permitido, vamos mandar ver!!! Somos a folha de papel, a tinta, o pincel ... e o contemplador apaixonado. Esse é o milagre!

quinta-feira, maio 14

Outros ares!


Brasilia, me apaixonei. Não sei se amaria tanto se não fosse tão feliz nesses dias. Teve chuva torrencial, teve secura na boca, teve foto de turista, teve o olhar de tudo novo. Nada é tão novo, já estava tudo lá, mas para mim, tudo foi novo e encantador. Não sei se valorizaria tanto a novidade se não estivesse tão bem acompanhada nesses dias. Teve cinema, momento zen (Clau, para quem conhece), dança de roda (um grande desafio, mãos suadas, pés trocados), rodízio de pizza, confidências, divagações, contemplações, aspirações, plano (pilotos e passageiros). Quero viver como Brasilia: organizada, florida, "enquadrada", vistosa, democrática, distante o suficiente para aproximar sem invadir. Quero ver o por do sol no pontão. Quero a companhia dessa família que me acolhe como família. Quero superar o medo de dirigir só para transitar por Brasilia. Quero mais poeira e menos mofo.
Não quero muito contato com a parte dos poderes e da política, mas me agrada estar por perto. Tudo parece mais "de verdade", embora a verdade nem sempre seja o espelho dos nossos ideais. Por enquanto, fico com os espelhos d'água.
Mas, voltando às quadras, aos pedestres, às flores, aos amigos queridos, aos lanches da tarde nas casas que visitei, às rotatórias, eixos e pontes, como foi bom conhecer Brasilia. Como foi bom experimentar o ar seco, pois nada secos estavam os corações que conhecí e admirei.

Brasilia, me espera que eu volto. Astromélias, me aguardem!

Obrigada, por tudo!