quarta-feira, março 30

Memórias de uma mini viagem - parte 2.

- Amiga,o carro pegou! Eu acho que não foi nada demais.
- Ele deve ter estranhado a caverna.
- Ah, deixa de ser chata, resmunguenta. Agora vamos dominar Petrópolis.
- Bora então. Vamos pra onde? Comer?
- Que comer! Vamos passear. Vou te levar num lugar legal.
- Onde?
- Fica quietinha, é surpresa.
- Tá tia.
- Tia é sua mãe.
- Ah, boa lembrança, vou ligar pra casa, saber se está tudo bem.
- Não começa a monitorar, héin! Relaxa!
- Ommmmmmmm! Ommmmm! Alô? Oi filha, tudo bem? Sua avó está se comportando? Héin? Como assim bebeu soro fisiológico? Ahhhh, menos mal, confundiu. E o cachorro, tá bonzinho? Tá, vou parar de perguntar. Tá!! Mas se ele comer me liga? Meu coração fica mais tranquilo. Táááá!! Beijo, mamãe te ama!
- Amiga, você é doente.
- Ah, eu sei, mas fico tão preocupada, porque nada funciona sem mim lá em casa é complicado né?
- É, mas eles vão se virar.
- Vão sim. Coisa nenhuma, nada funciona sem mim. Estamos chegando?
- Já, já, vai prestando atenção.
- É aquele lugar alí? Bacana!

- É a Casa dos Sete Erros. Vê se encontra.
- Só de passar os olhos eu já ví uns 30 erros. Tá tudo caindo aos pedaços.
- Ai que mulher grossa! Você não tem sensibilidade?
- Claro que tenho! Mas que tá caidinho, tá.
- Vamos entrar.
- Tem que pagar para entrar aí?
- Deve ser só uma taxinha para contribuir com a manutenção, mendiga amiga.
- Então vamos terminar logo com isso conhecer essa casa interessante.
- Coloca as pantufas.
- Vou cair com isso.
- Fica quieta. Olha alí, vamos nos juntar ao grupo. Tem alguém guiando. Olá, bom dia!
- Bom dia, juntem-se a nós. Estava justamente explicando o significado dessa sala. Esta casa pertenceu ao meu tetravô e tem diversas curiosidades, mas como não tenho apoio do governo, estamos passando por dificuldades... somos 47 herdeiros, mas só eu cuido desse lugar... fazemos saraus aqui para arrecadar fundos...É um sufoco manter o patrimônio sem apoio de governo e iniciativa privada.. blá, blá, blá, muitos blás...
- Ai, desculpe.
- Amiga, se segura. Escorregou?
- Não, cochilei.
- Antipática.
- Não fica elogiando que eu gamo.
- Já está acabando, olha aquele espelho!
- Gostei da vista.
- Eu moraria aqui, fácil fácil.
- E eu não te visitaria jamais.
- Vamos embora. Vamos ver se o café está aberto.
- Ah, bateu fominha.. hahaha
- Não, é que já está ficando chato.
- É, está ficando insuportável.
- Tchau, obrigada. Adoramos tudo.
- Voltem sempre, venham para o sarau. Desculpem, mas é que não temos aqui nenhum apoio, eu tomo conta de tudo sozinho, blá, blá, blá, blás...
- Ah, voltaremos, claro!
- Tchau, obrigada!

- Vamos tirar fotos aqui na frente da casa?
- Vamos, pra gente lembrar, já que não vamos voltar.
- Ai, como você é má.
- Magoei.
- Magoa não, vamos tomar um café.
- Agora eu gostei.
- Mas não inventa de tomar cerveja agora. Ainda é manhã.
- Prometo me esforçar. E no almoço, você deixa?
- Vai depender do seu comportamento. Se tivesse sido mais simpática com o mocinho da casa...
- Amiga, nem você estava aguentando, confessa, vai. Ele é verborrágico, me lembrou o Luiz Fernando Guimarães, mas em miniatura e nada engraçado. Ele estava me deixando deprimida, falando da falta de apoio. Lembrei da minha vida, minha luta...
- Para, para! Vamos parar ali no posto que eu vou comprar uma cerveja pra você!
- Bingo! Amiga, é tão bom saber que você me entende!

segunda-feira, março 28

Memórias de uma mini viagem - parte 1.

Tudo começou quando:

-Amiga, vamos viajar? Vou alugar um carro e a gente vai passar o final de semana em Petrópolis. Tá um friozinho que a gente ainda aguenta (porque você sabe, artrite, reumatismo, tudo piora com o frio).
- Vamos amiga, dessa vez eu vou mesmo, sem conversinha. Deixa só eu negociar com os filhos a "troca do plantão" e te confirmo.
- Tá bom, não demora. Quero reservar a pousada.

...

- Amiga!! Eu vouuuuu! Quero nem saber, eu vou!
- Ah, que bom, agora me ajuda a procurar uma pousada, porque a que eu queria está lotada e parece que está acontecendo um evento na cidade, então a gente precisa arrumar um lugar pra dormir bem rápido.
- Mr.Google, can you help us? Olha, encontrei essa, essa e aquela.
- Deixa eu ver, pera aí. - Alô, é da pousada essa?
- Ei, você vai me deixar aqui na outra linha enquanto liga para as pousadas? Desliga que a gente se fala mais tarde.
- Fica quietinha, espera aí. - Oi, então, e tem disponibilidade? Ah, sei, entendo. Obrigada.
- Amiga, vamos ligar e quem conseguir primeiro avisa.
- Tá bom, mas você tem que perguntar tudo: se tem café da manhã, água quente, roupa de cama e banho, duas camas de solteiro, touquinha de banho, blá, blá, bla...
- Mas primeiro não é pra saber se tem vaga?
- É. liga lá.

...

- Amiga, consegui! A pousada eu não conheço e ninguém aqui nunca ouviu falar, mas olhei as fotos no site a me pareceu bem simpática. Acessa lá www.pousadaaquela.com.br
- Ah, bonitinha! Mas o que é aquele buraco embaixo, uma caverna?
- Não, é a garagem.
- Ahhh.
- Melhor, a gente já sabe que a casa é construída sobre uma rocha. Dá segurança.
- É, dá.
- Então Amiga, é essa. Amanhã eu pego o carro e te pego aí cedo, pra gente pegar a estrada.
- Combinado, vou arrumar minhas coisas.
- Leva casaco, héin!
- Podexá, beijo.
- Beijo.

...

- Amigaaaaaa! Tô chegando aí, pode ir pra portaria!
- Ebaaaaa, fui!
- Oi amiga, agora vamos pegar a estrada!
- Vamos, estou tão contente de dar essa relaxada! Vai ser ótimo.
- Vai sim, vamos! Coloca o cinto.

... estrada ... blá blá blá blá .. toca o celular

- Atende para mim Amiga, acho que é da pousada.
- Ih, alô?
- Oi, tudo bom? Não é nada demais, mas queria saber uma coisa de vocês. A reserva é para vocês duas, não é isso?
- Sim, é isso.
- Então, eu gostaria de trocá-las de quarto, não me leve a mal, nós aqui não temos nenhum problema, então gostaria de colocá-las num quarto com cama de casal, rola?
- Desculpe, não rola.
- Ahhh, desculpe eu, entendi mal.
- Sim, entendeu, mas tudo bem. Se puder deixar o nosso quarto com duas camas de solteiro (onas), agradecemos.
- Ok, estamos esperando por vocês.

...

Pergunta aqui, pergunta alí, pergunta de novo, faz ao contrário, finalmente avistamos a caverna garagem.

- Oi, tudo bem? Fizeram boa viagem?
- Ótima, obrigada.
- Desculpe pela ligação, é que achei que...
- Tudo bem, mas não. Somos espadas! (Oi?)
- Bem, aqui está a chave. Onde está a bagagem?
- A minha está aqui, comigo. A da minha Amiga, você teria um guindaste?
- Ah, não liga, ela é exagerada.
- Eu sou exagerada e você traz para um final de semana uma mala, uma mochila, uma bolsa e vários agasalhos pendurados no braço. Fora o lanchinho que ficou na carro.
- Vamos, vamos, não podemos perder tempo.

- O quarto não está muito em dia, héin.
- É, mas se você não estiver apertada, deixa pra ver o banheiro depois.
- O que tem lá?
- Nada não, só não é uma Brastemp. Na verdade, nem um bom tanque.
- Gente!! A cortina do box é cinza mesmo, ou é lodinho?
- Amiga, deixa isso, vamos sair e passear.
- Melhor mesmo. Vamos dominar Petrópolis.
- Isso! Vamos, cadê o seu casaco?
- Essa jaqueta.
- Mas eu não te falei pra trazer um casaco.
- Ah, eu não sinto esse frio todo. Você que tá ficando velha.
- Aguarde, ainda hoje tirarei uma foto de você batendo queixo.

De volta à caverna garagem. A viagem continua assim que o carro pegar.


legenda: A mochila preta é da amiga exagerada. A malinha vermelhinha é "uma das" da outra amiga.

quinta-feira, março 17

Tempo para falar de amigos!

- Alô?
- Amiga, tudo bom?
- Oi amiga, quanto tempo!
- Pois é, eu estava aqui arrumando os papéis da minha carteira e encontrei uma entrada de cinema. Lembra quando fomos assistir Sexto Sentido?
- Nossa, faz tanto tempo assim? Gente, perdí a noção!
- Pois é, amiga, passa rápido, e eu sinto tanta falta das nossas conversas.
- Eu também, por que a gente não consegue se ver mais?
- É mesmo, ainda outro dia lembrei de você, me deu uma saudade... Estava caminhando no calçadão e ví uma escolinha de volei nova. Lembra do nosso volei?
- Não tem como esquecer, era bom demais.
- ô, se era. A ressaca da quarta feira era doce, de tão bom que era.
- A gente devia voltar.
- Vamos voltar!
- Então, vamos!
- Amiga, você tem visto a outra amiga? Vamos chamá-la também?
- Não tenho visto, mas conversamos outro dia pelo msn. Como se fôssemos de planetas diferentes.
- E como ela está?
- Está bem, com saudades também.
- Poxa, ela bem que podia aparecer.
- É podia.
- E o que a gente vai fazer no seu aniversário?
- Sei lá, esse ano não estou muito animada.
- Poxa, vamos fazer alguma coisa!
- Ai, não sei, vamos ver. Me dá uma preguiça...
- Tá bem amiga, então a gente se fala.
- Fala sim, não some.
- Imagina, estou sempre aqui.
- Eu também, e você nem aparece.
- Vamos marcar, estou com muita saudade.
- Eu também, era tão bom quando a gente sempre saía.
- Ah, era bom mesmo.
- Dê um beijo em todo mundo aí. Te amo, amiga!
- Pode deixar, aí também. Te amo também, sumida!
- Beijo.
- Beijo.

tic tac tic tac tic tac

- Amiga!!
- Menina, que coincidência, faz 15 minutos que falamos!
- Pois é, eu desliguei com você e saí rapidinho para ir à farmácia. Parece que vai chover.
- Então, e eu vim comprar pão de queijo, aceita?
- Quero unzinho, obrigada.
- Ai amiga, que alegria te ver.
- Eu também, que coisa boa.
- Vamos ver se a gente se encontra mais.
- Vamos. Eu táva fazendo as contas, você sabia que no ano passado a gente só se viu 3 vezes?
- É mesmo? Caramba, como é que pode?
- Pois é, nem eu sei.
- Deve ser a distância que nos atrapalha: Uns bons 50 metros e um sinal para atravessar.

Moral da estória: Amigos podem ser preguiçosos, relapsos, ocupados, avoados, atarantados. Mas na hora do encontro, tudo volta para o lugar. Amigos transcendem.



Amiga dos 50 metros, te amo!
Amiga de níver hoje, te amo! Parabéns! Seja sempre minha amiga, por favor! embora mais velha, :o))
Amiga de lutas e batalhas, te amo!
Amigas e amigos de toda a vida, amo vocês! E qualquer dia a gente se fala.

terça-feira, março 15

Eu quero ter um milhão de amigos!

E quem não quer?
Eu não tenho tantos assim, mas os que tenho, ah, valem alguma coisa!
Se eu puder dizer que em toda a minha vida foram eles que, cada um na sua especialidade, proporcionaram as mais carinhosas lembranças que ainda tenho, e isso for alguma coisa, eles valem. Se eu souber reconhecer que até os meus amigos que eu não achava que eram amigos me ensinaram a valiosa lição de avaliar como eu não "gostaria de ser" e isso for alguma coisa, eles valem. Se eu conseguir ordenar os pensamentos e rostos que estão vindo nesse momento, e isso valer alguma coisa, então eles são meus amigos.
Hoje eu quís falar pouquinho de quem vale muito.