sábado, dezembro 24

Não se iluda, ninguém é tanto assim!

Ninguém é tão feliz quanto faz parecer, nem tão confiante quanto alardeia, tampouco tão atraente como acredita ser. E ninguém é tão infeliz quanto pensa ser, nem indiferente ou sensível, sequer influente ou desprezível. Ninguém é tanto assim.
Os superlativos tem sido usados sem critério, talvez movidos pelo desejo intenso de destaque ou exclusividade. E acredite se quiser, tem gente que enfatiza até mesmo o que deveria passar a vida combatendo.
Quem nunca ouviu ou disse algo recheado de “mais”, “demais” e até “absurdos”? Mas mais do que o que? Mais do que quem? Mais de quanto?
E para que serve essa corrida louca para se distanciar da faixa do aceitável, do comum, do que justamente facilita a desigualdade e dissipa a desunião?
Que mania louca é essa de construir trampolins cada vez mais altos e inacessíveis, somente para os poucos que se arriscam a obter notoriedade por seu foco em ser mais do que o outro? E depois do pulo, não estamos todos na mesma piscina?
Estamos ensinando nossas crianças a serem mais do que precisariam ser. Estamos convocando a competição em todos os momentos e setores da vida.
E todos sabemos que ninguém é tanto assim. É bom não ser demais. É ótimo ser simples. Realizar tarefas complexas, ok. Alcançar grandes objetivos, também. Mas não é preciso ser tanto assim. Torna-se chato para a platéia, cansativo, antipático.
Bom é fazer, realizar, festejar, comemorar e descansar. Sem alardear!
Quem está junto já sabe o valor.
Quem não está, não precisa saber.
E na dúvida, é bom lembrar que aquela dor de barriga, quando vem, não livra nem quem é tanto assim.

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