sábado, novembro 5

(Des)apontamentos sobre plágios e apropriações…

Não ponha as minhas palavras na sua boca com o intuito de torná-las suas. Nem tampouco nas pontas dos seus dedos com o objetivo de assinar por elas.
Não disfarce meus relatos com parcas e maquiadas frases entrecortadas. O que veio de mim jamais terá a sua identidade.
Não ouse aprisionar meu estilo dentro do seu formato inexpressivo.
Ainda que não reconheça os justos créditos, você sabe e sempre saberá que as ideias não lhe pertecem, que foram roubadas, camufladas, usurpadas.
Não se intitule criatura criativa. Criação é outro ofício. Copiar não é criar. Sequer é se inspirar.
Não omita meu nome, não cole o seu por cima, não faça o papel de papagaio repetidor, não apele, não pense que a impunidade é duradoura, que os elogios lhe pertencem.
Eu expresso o que vivo, o que quero viver, o que observo, o que sonho. Expresse você também, do seu jeito. Não trapaceie, não roube, não engane os que acreditam em você.
Plágio é um troço invejoso e infantil. É como abrir o armário alheio, roubar o que agrada, deixar a porta aberta e as coisas esparramadas, disfarçar com alguns acessórios e sair desfilando na rua, aguardando suspiros de admiração.
Originalidade não aceita disfarce. Qualquer tentativa denuncia o impostor.
Vivemos uma era de reconhecimento de valores, de busca por igualdade de direitos, justiça social, luta contra desigualdades. E se apropriar do que é alheio, sejam palavras, argumentos, sentimentos ou mesmo desejos, fica ainda mais feio e inaceitável.
Para você, pessoa CTRL C/ CTRL V , eu desejo fortemente que encontre e desenvolva suas próprias habilidades, ou, ao menos, reconheça, admire e aproveite as criações alheias sem tomá-las para si. Dê um CTRL Z nas cópias mal feitas que espalhou por aí e mostre ao que veio, o que tem de original e interessante para compartilhar com o mundo!

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