terça-feira, junho 28

E e você se achando muito para mim

E eu achando que você pouco se enxerga, nada se situa e ainda menos sabe sobre a falta que não faz.
E você que me esnoba, faz todo o esforço que pode para nos classificar em andares diferentes na pirâmide, que mostra desconforto ao se misturar, que jura para os quatro ventos que antigamente não era assim, que as pessoas conheciam os seus lugares… Você realmente se acha muito para mim. Sim, muito antiquado, muito classista, muito besta, muito realeza. Você realmente é muito para mim. Muito dispensável.
E você então, que até sente algum afeto, que me concede a honra de sua amizade, mas que só me vê quando sobra tempo, ou quando posso ser útil, ou mais, quando precisa fazer quórum nas suas imperdíveis festas e reuniões. Você se acha muito para mim. E é, muito patético.
Você, meu antigo quase ex futuro amor. Eu quis, você não quis, mas não entristeço porque você não quis. Me dá um nó no estômago de concluir que você se achou muito para mim. Poderia até ser, mas o que é um muito quando vira um nada? Sorte para você! Vá ser muito por aí.
E para você que acorda e se acha muito para os mortais que vai encontrar pelo dia e pela vida, uma dica preciosa que vale ser considerada: Quem é você na fila do pão? Pense nisso, reflita, você é muito para seu espelho, seu ego, sua vaidade e pretensa casta. Mas, naquela hora difícil que você precisa de um suporte, um abraço, uma plateia, uma paquera para aumentar a auto- estima, e até uns trocados até o final do mês, invoque a pouca gentileza que tem e realize que quem está do outro lado não é mais o seu fiel espelho, mas sim outra pessoa, que embora e felizmente não se ache muito para ninguém, está satisfeita e convive feliz com o valor que conquistou.
E você, se achando muito para mim.


Publicado em Conti Outra em 28/06/2016.

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